quarta-feira, 27 de abril de 2011

Visão contínua. Um texto de Nicolau de Cusa




Visão contínua. Um texto de Nicolau de Cusa

Esforço-me por ser bom, porque tu és bom.

Esforço-me por ser justo, porque tu és justo.
Esforço-me por ser misericordioso, porque tu és misericordioso.
O meu esforço não está voltado senão para ti,
porque todo o teu esforço está voltado para mim.
Olho só para ti com a máxima atenção
e jamais desvio os olhos da mente,
porque tu me abraças com uma visão contínua.
Volto o meu amor para ti,
porque tu, que és caridade, estás voltado para mim.
E o que é, Senhor, a minha vida
senão o abraço com o qual a doçura do teu amor
me abraça tão amorosamente?
Amo ao máximo a minha vida, porque tu és a doçura da minha vida.
Nicolau de Cusa (1401-1464)
Referência:http://tribodejacob.blogspot.com

terça-feira, 26 de abril de 2011

Regra de Ouro


Toda a manhã Deus nos felicita com uma nova oportunidade de recomeçar alguma coisa, como diria Shakespeare: “não há noite tão longa que não acabe amanhecendo”. Por ser uma escolha, eu opto em ser só mais um dia, ou o “dia”, tudo aqui é passageiro, a fé nos sustenta, a esperança nos matem vivos e o amor nos torna diferente aos olhos do mundo. Somos o sal que tempera a terra e a luz que ilumina o mundo e assim damos o sabor, cor e vida que queremos em nosso dia, somos conduzidos para o mundo celestial ao plantarmos o bem. O amor é a maior de todas as virtudes e prova disso é o Dom da Salvação, por meio do Amor infinito de nosso Pai Celestial por nós.

"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a Vida Eterna, por Cristo Jesus, nosso Salvador." Romanos 6:23

O amor é cura, é esperança, é a segurança, é o bem que mais precisamos, no entanto, é o mais temido sentimento.

Aprendi que das dores e que extraímos a cura de diversos males, na dor estamos mais próximos do Pai e isso é bom, foi pela dor que amei Jesus, foi pela dor que li a Bíblia, somente a palavra curou e cicatrizou as feridas da morte de meu irmão.

Bem disse Rubem Alves:

“os conhecimentos nos dão meio de viver, a sabedoria nos dá razões para viver, aprendemos palavras para melhorar o mundo. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. O ato de ver não é coisa natural, precisa ser aprendido”.


Mas isso é o amor, não é para se entender, é para vivê-lo, transmiti-lo e sermos fonte, como Jesus. Não existe amor sem ação. É como a fé em Jesus, ou temos ou não temos. Não é para entendê-lo, não possuímos capacidade para isso, é para confiar e seguir, pela fé seremos Salvos.

"E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permeneceis nos vossos pecados." 1 Coríntios 15:17.

Pela misericórdia de nosso Pai, hoje somos libertos da Lei do Pecado, através do Sacrifício Expiatório de nosso Salvador Jesus Cristo, que a lei do Espírito de Vida, de Adoção, tornamo-nos filhos do Pai.

"Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é a esperança; porque o que alguém vê como esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos" Romanos 8:24-25



" Agora, pois, permanecem a FÉ, ESPERANÇA e o AMOR, estes três, mas o maior destes é o AMOR ! Coríntios 13:13.

Existem pessoas que sentem medo de tentar, de escolher, de fracassar, de falar, de acreditar, de agir, sentem medo dos que os outros falarão, enfim, tem medo de viver. Enquanto nosso Pai nos concedeu este mundo maravilhoso para nossa felicidade, devemos apenas preocupar com o que nosso Pai pensará, a Ele devemos agradar. E para agradá-lo Ele nos ensinou: "Amar a Deus acima de todas as Coisas e o ao Próximo como a ti mesmo", essa é a Regra de Ouro do Mestre. Tudo o mais é passageiro. Pois o Espírito Santo sonda nossos corações e sabe do nosso querer. 

 "E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito, e é  Ele que segundo Deus, intercede pelos Santos." Romanos 8:27.

O Verdadeiro indicador do sucesso na vida

Foto: Carinho de Joseph para sua esposa Emma.

Numa mensagem recente do programa “Música e a Palavra Proferida”, do Coro do Tabernáculo Mórmon, ouvimos a história de um casal de idosos, casados há muitas décadas. Como a esposa estava perdendo gradualmente a visão, não era mais auto-suficiente como antes. Sem que ela precisasse pedir, o marido começou a pintar-lhe as unhas.

“Ele sabia que ela conseguia enxergar as unhas ao pô-las perto dos olhos, em determinado ângulo, e isso a fazia sorrir. Ele gostava de vê-la feliz, e então, continuou a pintar suas unhas até ela falecer, mais de cinco anos depois.” (“Selflessness”, 23 de setembro de 2007, transmissão de Music and the Spoken Word, disponível em www.musicandthespokenword.com/messages/ .)

Esse é um exemplo do puro amor de Cristo. às vezes, o maior amor não se encontra nas dramáticas cenas imortalizadas por poetas e escritores. Em geral, as maiores manifestações de amor são os gestos simples de bondade e carinho que demonstramos às pessoas com quem cruzamos na estrada da vida.

O amor verdadeiro dura para sempre. é eternamente paciente e está sempre disposto a perdoar. Crê, espera e suporta todas as coisas. Esse é o amor que o Pai Celestial tem por nós.

 
Todos nós desejamos sentir esse tipo de amor. Mesmo quando erramos, esperamos que os outros nos amem, a despeito de nossas falhas e mesmo que não mereçamos.

Como é maravilhoso saber que o Pai Celestial nos ama, mesmo com todos os nossos defeitos! Seu amor é tão intenso que, ainda que nos consideremos um caso perdido, essa nunca será a opinião Dele.
A percepção que temos de nós mesmos se baseia apenas no passado e no presente. Mas a visão que o Pai Celestial tem de nós é eterna. Ainda que nos contentemos com menos, o Pai Celestial não o faz, pois nos vê como os seres gloriosos que podemos nos tornar.
O evangelho de Jesus Cristo é um evangelho de transformação. A partir de homens e mulheres terrenos, refina-nos para que nos tornemos homens e mulheres eternos.
O meio de alcançarmos esse aperfeiçoamento é o amor como o de Cristo. Não há dor que Ele não alivie, amargura que não remova, ódio que não dissipe. O dramaturgo grego Sófocles escreveu: “Há uma palavra que nos liberta de todo o peso e sofrimento da vida: essa palavra é amor”
Os momentos mais preciosos e sagrados da nossa vida são os coroados pelo espírito de amor. Quanto maior for o nosso amor, maior será a nossa alegria. No final, o florescimento desse amor será o verdadeiro indicador do sucesso na vida.

No último dia, o Salvador não Se interessará pelo tipo de chamado que exercemos. Não nos interrogará sobre nossos bens materiais ou fama. Contudo, perguntará se ministramos aos enfermos, demos de comer e beber aos famintos, visitamos os presos e socorremos os mais fracos. Quando nos propomos a ajudar o menor dos filhos do Pai Celestial, é a Ele que servimos. Essa é a essência do evangelho de Jesus Cristo. (Mateus 25)

Se desejarmos aprender realmente a amar, basta refletir sobre a vida do nosso Salvador. Ao partilhar os símbolos sacramentais, recordamos o maior exemplo de amor de toda a história da humanidade. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito.” (João 3:16)

O Compromisso é essencial e a maioria dos problemas são resolvidos através de esforço, diálogo e amor. Por a pessoa ser corpo e espírito, o seu amor realiza-se com o tempo, mas é, em si mesmo, para sempre. Se uma pessoa diz a outra que a ama, a mesma linguagem supõe a expressão "para sempre". Não tem sentido dizer: - Amo-te, mas provavelmente só durará uns meses, ou uns anos, desde que continues a ser simpática e agradável, ou eu não encontre outra melhor, ou não fiques feia com a idade. Um "amo-te" que implica "só por algum tempo" não é um amor verdadeiro. É antes um "gosto de ti, agradas-me , sinto-me bem contigo, mas de modo algum estou disposto a entregar-me inteiramente, nem a entregar-te a minha vida".

Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima. Apocalipse 7:16,17


Referência: http://lds.org/conference/talk/display/0,5232,23-2-776-10,00.html#notes
O Grande Mandamento, Conferência Outubro de 2007
Élder Joseph B. Wirthlin
Do Quórum dos Doze Apóstolos


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Conhecimento

 Você não pode transferir para outras pessoas aquilo que adquiriu para si. Eu não posso dar a um homem um testemunho desse evangelho mais do que eu posso comer por esse homem. Eu posso ensinar-lhe como conseguir isso. Eu posso falar das bênçãos que Deus deu para mim. Mas cada, e todo homem precisa viver o evangelho se ele espera obter um testemunho individual da divindade desse trabalho. Isso foi testado em todo o mundo por homens e mulheres que tem sido odiados e abusados e perseguidos por sua própria carne e sangue, porque eles se uniram a esta Igreja; mas em resposta a humilde oração, eles recebem a luz e o conhecimento e o testemunho concernente à divindade desse trabalho.” (Primeira Presidência Enfatiza o Valor do Testemunho Pessoal em um Discurso no Tabernáculo: Presidente Heber J. Grant, Deseret News, junho 1934).


"Compararemos a palavra a uma semente. Ora, se derdes lugar em vosso coração para que uma semente seja plantada, eis que, se for uma semente verdadeira, ou seja, uma boa semente, se não a lançardes fora por vossa incredulidade, resistindo ao Espírito do Senhor, eis que ela começará a inchar em vosso peito; e quando tiverdes essa sensação de crescimento, começareis a dizer a vós mesmos: Deve ser uma boa semente, ou melhor, a palavra é boa porque começa a dilatar-me a alma; sim, começa a iluminar-me o entendimento: sim, começa a ser-me deliciosa" Alma 32:27-28

Torne o Namoro um Cruzeiro Tranquilo

Gostaria de partilhar algumas perspectivas do evangelho sobre três palavras: amizade, namoro e relacionamento físico.

Primeira, a amizade é um princípio do evangelho; é necessária para nosso bem-estar emocional e espiritual. Segunda, a amizade é o alicerce sobre o qual devem ser edificados o namoro e o casamento e pode ser cultivada. E terceira, um relacionamento físico antes do casamento pode transtornar a edificação de um forte alicerce de amizade, mas, depois do casamento, pode realçar essa amizade.

Amizade



Qual é a importância da amizade para vocês? Como traz bênçãos a sua vida? Vocês já sentiram-se sem amigos? É horrível ficar sozinho e sem amigos.A amizade é necessária para o nosso bem-estar — não apenas agradável, mas necessária. Todos sentimos falta dela, é uma necessidade universal.

Isto para mim tornou-se muito claro, quando um dos meus membros da junta geral das Moças fez algumas viagens pessoais nesse último verão. Nessa ocasião, ela conversou com moças em Idaho, Brasil, Mongólia e Rússia. Em cada lugar, perguntou-lhes a respeito de sua vida e compilou suas respostas.

Aqui estão algumas das perguntas que fez, juntamente com as respostas mais freqüentes que recebeu para cada uma delas.

Pergunta: O que a faz feliz? Resposta: Os amigos.

Quais são suas maiores preocupações? Os amigos.

O que gosta de fazer em seu tempo livre? Estar com os amigos.

Em que você pensa a maior parte do tempo? Nos amigos.

Por que as moças não vêm à Mutual? Não têm amigos.

Por que as moças ficam menos ativas? Pela pressão dos amigos.

Não é surpreendente? Os amigos são de primordial importância para as jovens do mundo todo. E creio que os rapazes dariam respostas semelhantes. Assim também como muitos adultos, pois todos precisamos de amigos.

Os profetas ensinaram que a amizade é uma parte essencial para guardarmos nossos convênios. Considerem o exemplo do povo de Alma nas Águas de Mórmon. Ali, eles expressaram seu desejo de entrar no rebanho de Deus. Alma perguntou-lhes se estavam dispostos a carregar os fardos uns dos outros, a chorar com os que choram, e consolar os que necessitam de consolo. Isto é, ele lhes perguntou se estavam dispostos a fazer parte do convênio de que agiriam como amigos. Eles bateram palmas de alegria ao participarem desse convênio. E seus corações se entrelaçaram em unidade e amor. Eis um grande exemplo escriturístico de amizade. (Ver Mosias 18.)

Podemos olhar para Jesus Cristo como o maior exemplo de amizade. “Amigo” era o maior cumprimento que Ele podia dar aos Seus discípulos. Ele disse:

“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.

Vós sereis meus amigos (...)

(...) Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (João 15:12–15)

Se a amizade se mostra tão importante nos ensinamentos de nossos profetas e de nosso Salvador, não deveríamos estar nos esforçando para ser grandes amigos cumpridores de convênios? Ser um amigo assim é à semelhança de Cristo; ter amigos assim é celestial. Como santos dos últimos dias, sabemos que a salvação inclui o privilégio de passar a eternidade no lugar em que nosso verdadeiro Amigo, o Salvador, e outros que se tornaram como Ele se encontram. As escrituras dão-nos essa gloriosa promessa:

“E que a mesma sociabilidade que existe entre nós, aqui, existirá entre nós lá, só que será acompanhada de glória eterna”. (Doutrina e Convênios 130:2)


Namoro

Isto me traz a uma segunda palavra ou relacionamento: namoro. A amizade deve representar um papel chave no namoro e casamento. Vejo a amizade como o alicerce da pirâmide do namoro. Uma pequena história me ajudará a ilustrar esse ponto.

É sobre Isaac e Rebecca. Mas não é um relato bíblico. Trata de nossa filha Rebecca e seu pretendente Isaac. Nossa Rebecca não foi persuadida a casar-se com seu Isaac com tanta facilidade quanto a Rebeca do Velho Testamento. Nem estava disposta a deixar imediatamente seu estilo de vida e sua família para ser parte da vida de outra pessoa.

Nossa Becky estava com 21 anos. Havia-se inscrito para um estágio por meio da Universidade Brigham Young em Moçambique, África. Não estava certa se deveria servir em uma missão, mas pelo menos tinha iniciado a papelada marcando consultas com o dentista e o médico. Estava também pensando em candidatar-se a um programa de mestrado em seu campo. Em resumo, tentava decidir o que fazer na próxima fase de sua vida.

Todos nós imaginávamos qual dos três M’s venceria — Moçambique, missão ou mestrado.

Nesse meio tempo, Isaac entrou em atividade e logo ofereceu um outro M para escolha: matrimônio.

Ele deveria freqüentar a faculdade de medicina dentro de alguns meses e não queria ir sem a Becky. Mais tarde, contou-nos que também tinha seus três M’s — e esperava que ela escolhesse matrimônio, medicina e, com o tempo, maternidade.


“Se não o fizesse”, disse ele, “eu sabia que isso faria com que eu sentisse o quarto M — miserável.”


Becky era uma mulher do século 21. O mundo e suas muitas oportunidades glamurosas estavam à sua disposição, e era-lhe difícil deixar de lado alguns de seus sonhos.

O que finalmente a venceu foi a bondade de Isaac e sua gentileza com ela. Ele também tornara as coisas românticas, como enviar-lhe belos ramalhetes, levá-la a lugares agradáveis e assim por diante.
Mas essas coisas por si só não a teriam vencido. O que mais a influenciou foi como ele sempre colocava os sentimentos e necessidades dela acima dos seus. Tinha gestos atenciosos, como os que um amigo faria para outro.

Por exemplo, quando soube que a pulseira do relógio dela era muito grande para seu pulso, ele tirou alguns elos da correia, fazendo com que o tamanho ficasse perfeito. Outra vez ela encontrou seu carro limpinho e reluzente, por dentro e por fora, porque ele havia limpado tudo, coisa que ela nem havia pedido. Em outra ocasião, ela encontrou uma pequena lista que ele havia feito, de meios de aperfeiçoar-se, e muitas de suas metas eram direcionadas para servi-la.

Essas gentilezas prometiam uma amizade duradoura; expressavam qualidades de caráter que durariam, mesmo quando as belezas físicas se houvessem desvanecido. Becky entendeu que ele possuía as qualidades que continuariam em meio aos tempos bons e ruins, exatamente as que ela procuraria em um bom amigo. Assim, casou-se com Isaac. E agora ela reflete que estava certa com relação a que suas grandes qualidades seriam uma vantagem para o seu relacionamento. Sente que está casada com seu melhor amigo. E é isso que um casamento deve ser.

A amizade, portanto, deve formar o alicerce do amor romântico — o amor que leva ao namoro e casamento.

Da mesma forma, tanto a amizade como o amor romântico só podem tornar-se aquilo que Deus pretende que sejam, quando são baseados em caridade, “o puro amor de Cristo”. (Morôni 7:47) Como aprendemos em Morôni e I Coríntios, a caridade é sofredora, benigna, não é invejosa, e não busca os seus interesses. A caridade leva os casais a se regozijarem na verdade, a crerem, esperarem e perseverarem. Os casais cujo amor se baseia na caridade, desejam o melhor um para o outro. Seu amor é repleto do puro amor de Cristo. Essas são as qualidades que devemos procurar no namoro e no casamento. (Ver I Coríntios 13:4–7; Morôni 7:45.)

Uma das maneiras de se desenvolver um relacionamento forte e amoroso é por meio da comunicação saudável.

A comunicação é o caminho pelo qual se inicia e perdura um bom relacionamento. Meus filhos solteiros perguntam-me constantemente como é que as pessoas conseguem casar-se. Parece um misterioso quebra-cabeças. Sei que a história de amor de cada um é diferente.

Mas parece haver pelo menos uma coisa em comum na maioria das histórias. É a espontaneidade na comunicação.
Muitos casais afirmam: “Simplesmente não conseguíamos parar de falar; eu perdia a noção do tempo quando estávamos conversando; sentia-me tão à vontade conversando, compartilhávamos o mesmo senso de humor, gostávamos de falar sobre nossos interesses e valores semelhantes”.
Foi assim em meu primeiro encontro com meu marido.
Durante a noite toda estávamos cercados por pessoas, mas sentíamos como se só nós dois existíssemos. John e eu conversávamos sem parar.

Já ouvi dizer que “o amor é como uma longa conversa”.

Acredito nisso. Na realidade, brinco com freqüência com nossos filhos, dizendo que, se algum dia não tiver mais o que falar com o papai, então nosso casamento estará terminado. Não tenho medo de dizer isso, pois gostamos de conversar um com o outro sobre tudo.

Essa comunicação que é tão divertida em uma amizade, também é essencial quando você realmente passa a conhecer o íntimo de uma pessoa. Um relacionamento nunca deve desenvolver-se em namoro, se não consegue ir além de conversas superficiais.

Às vezes procuramos a felicidade em lugares exóticos e o romance no místico, no dinheiro ou charme. Em outras, procuramos apenas pelas aparências. Em vez disso, precisamos de amigos que incorporem os mesmos ideais cristãos. Ao terem encontros, procurem amizades que tenham força duradoura e que possam proporcionar um alicerce firme para o casamento. Depois de haverem estabelecido uma base sólida e virtuosa em seu relacionamento, existe um lugar para a intimidade física — no casamento.

Relacionamento Físico


O relacionamento físico entre um homem e uma mulher pode ser maravilhoso — uma bela bênção. No entanto, se a parte física de um romance se inicia cedo demais ou rápido demais, passa a tomar conta de tudo. Então, será como colocar o carro na frente dos bois.

Nossas emoções físicas são poderosas e emocionantes. É assim que devem ser. Mas é exatamente por isso que precisam ser mantidas dentro dos limites até depois do casamento quando outras partes fundamentais do relacionamento são desenvolvidas.

Ensinamos a nossos filhos alguns princípios que esperamos ter-lhes proporcionado proteção. Tentamos criar algumas frases de efeito para se lembrarem facilmente em ocasiões de perigo e decisão. Permitam-me compartilhar apenas quatro princípios que os protegerá, se deles se lembrarem e os observarem.

1. Evitem os perigos do escuro. Fiquem em locais bem iluminados — literal e figurativamente. Existe sabedoria em deixar-se a luz acesa — na varanda, na sala de visitas, no baile. E há segurança em evitar os locais que representam o espírito de trevas.

2. Cuidado com o perigo do horizontal. Não se deitem juntos ao namorar. Simplesmente não o façam — nem para assistir a um filme, ler um livro ou descansar em um piquenique.

3. Lembrem-se dos perigos do isolamento. Encontrem lugares públicos para estarem a sós. Aprendam a ter suas conversas particulares onde houver outras pessoas. Existe grande segurança em ficar juntos onde possam ser interrompidos facilmente.

4. O recato é uma necessidade. Tudo referente a sua aparência, seu linguajar e seu comportamento deve evidenciar que vocês são um filho ou filha literal de nosso Pai Celestial. Se entendermos verdadeiramente o significado de nosso corpo no plano de nosso Pai, demonstraremos grande respeito por nosso corpo. Quando vocês se vestem e agem com recato, os outros os tratarão com respeito.

Você se protegerá, se ficar com os que também estejam à procura de boas escolhas. Alguém com quem deseja despender o resto de sua vida só desejará as melhores coisas para você. É citado no Para o Vigor da Juventude: “Escolham amigos que partilhem de seus valores, de modo que vocês possam fortalecer e incentivar uns aos outros a viverem padrões elevados. Um verdadeiro amigo os incentivará a ser o melhor possível”. ([2002], p. 12.)

O Senhor planejou que fôssemos um em todos os aspectos. O relacionamento físico no casamento pode ajudar-nos a concretizar nossa união espiritual. Somos feitos um para o outro. Nosso modelo é a própria primeira história de amor. O Senhor disse que não era bom que Adão estivesse só. Assim, o Senhor criou Eva, para ser “uma ajudadora idônea para ele”. (Gênesis 2:18) O significado dessa escritura é que Eva foi criada para ser uma ajudadora “idônea” para Adão. Idônea significa apta, capaz, competente. Assim, Eva era apta, capaz e competente para ajudá-lo. Depois disso, foi ensinado a Adão que eles deveriam “apegar-se” um ao outro, “e serão ambos uma carne”. (Gênesis 2:24) Estão aqui, portanto, todos os elementos — ser aptos um para o outro primeiramente, e depois complementar com o relacionamento físico depois do casamento. Sei o que é ter um amigo assim. Meu marido, John, era bondoso, gentil e romântico em nosso namoro. Depois, mesmo quando estava freqüentando a faculdade em tempo integral, trabalhando em tempo integral e com três filhos menores de quatro anos, ele continuava a ser gentil, atencioso e romântico comigo, o que demonstrava ajudando-me em minhas muitas tarefas. Dava banho nas crianças toda noite. Esfregava o chão da cozinha. Era também minha janela para o mundo — mantendo-me a par do que estava acontecendo. Ele nos sustentava. Dava-me incentivo como mãe. Levava as crianças a peças, concertos, acontecimentos de atletismo e auxiliava nos trabalhos que tivessem que escrever. Proporcionava-me momentos de descanso — em passeios ou saídas no fim de semana, levando-me ao templo ou, ocasionalmente, em suas viagens. Quando à noite chego cansada em casa, ele me faz torradas com queijo e outras guloseimas,para que eu não tenha que cozinhar.

Ele é minha inspiração e meu editor, quando escrevo ou preparo discursos. Ele ora por mim e dá-me as bênçãos do sacerdócio. Ele auxilia-me de todas as maneiras.

Espero que cada um de nós encontre essa alegria em sua vida por meio do relacionamento com amigos, família e Deus. Precisamos lembrar-nos de que as amizades profundas são edificadas sobre virtudes cristãs. Essas amizades devem formar uma base sólida sobre a qual o namoro se edifica. E, finalmente, com muito cuidado, o relacionamento físico acentuará essa santa amizade em casamento.

Testifico que esses princípios são verdadeiros. Que possamos encontrar alegria nas sagradas sociabilidades que o Senhor nos forneceu.

Adaptado de um discurso de devocional da Universidade Brigham Young—Idaho, feito em 18 de novembro de 2003.
SUSAN W. TANNER

Presidente Geral das Moças


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Introspecção


Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
Lya Luft

terça-feira, 19 de abril de 2011

Quando me Amei de Verdade


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome…Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é…Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de… Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é… Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama… Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é… Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes.
Hoje descobri a… Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é…Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é… Saber viver!!!

Esse texto não é de Charles Chaplin, são trechos do Livro "Quando me amei de verdade", Traduzido por Iva Sofia Gonçalves Lima.
Livro original "When I Love myself enough" escrito por Kim McMillen e publicado pela filha Alison McMillen.

Tudo só depende de mim - Charles Chaplin


Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.

Preciso de Alguém - Charles Chaplin


Que me olhe nos olhos quando falo.

Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Neste mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nesta coisa misteriosa, desacreditada, quase impossivel de encontrar: A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja pouco para as suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo:
"Nós ainda vamos rir muito disso tudo"
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher o meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela...

Charlie Chaplin

Charlie Chaplin Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Sir Charles Spencer Chaplin, KBE, mais conhecido como Charlie Chaplin [em língua inglesa: t'charlye tchaplin] (Londres, 16 de abril de 1889 — Corsier-sur-Vevey[1], 25 de dezembro de 1977), foi um ator, diretor, produtor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin foi um dos atores mais famosos da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia pastelão.

Charlie Chaplin atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes, sendo fortemente influenciado por um antecessor, o comediante francês Max Linder, a quem ele dedicou um de seus filmes. Sua carreira no ramo do entretenimento durou mais de 75 anos, desde suas primeiras atuações quando ainda era criança nos teatros do Reino Unido durante a Era Vitoriana quase até sua morte aos 88 anos de idade. Sua vida pública e privada abrangia adulação e controvérsia. Juntamente com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, Chaplin co-fundou a United Artists em 1919.

Seu principal e mais famoso personagem foi The Tramp, conhecido como Charlot na França e no mundo francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, e como Carlitos ou também "O Vagabundo" no Brasil. Consiste em um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um pequeno bigode-de-broxa.

Foi também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o campeão estadunidense Samuel Reshevsky.

Em 2008, em uma resenha do livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve: "Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco. Em 1915, ele estourou um mundo dilacerado pela guerra trazendo o dom da comédia, risos e alívio enquanto ele próprio estava se dividindo ao meio pela Primeira Guerra Mundial. Durante os próximos 25 anos, através da Grande Depressão e da ascensão de Hitler, ele permaneceu no emprego. Ele foi maior do que qualquer um. É duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam."[3]

Por sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e francês (Légion d 'Honneur), pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris causa ) e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (Oscar especial pelo conjunto da obra, em 1972).

Índice
1 Infância e juventude
2 América
3 Artista pioneiro de cinema
4 Controle criativo
5 Técnicas de filmagem
6 Era McCarthy
7 Últimos trabalhos
8 Oscars
8.1 Prêmios competitivos
8.2 Prêmios honorários
9 Relacionamentos amorosos e casamentos
10 Filhos
11 Cavalaria
12 Morte
13 Outras controvérsias
14 Comparação com outros comediantes da época
15 Legado
16 Filmografia
17 Referências
18 Ligações externas


Infância e juventude

Charles Spencer Chaplin, que era canhoto,[4] nasceu no dia 16 de abril de 1889, na East Street, Walworth, Londres, Inglaterra. Seus pais eram artistas de music-hall; seu pai, Charles Spencer Chaplin Sr., era vocalista e ator, e sua mãe, Hannah Chaplin, era cantora e atriz. Chaplin aprendeu a cantar com seus pais, os quais se separaram antes dele completar três anos de idade. Após a separação, Chaplin foi deixado aos cuidados de sua mãe, que estava cada vez mais instável emocionalmente. O censo de 1891 mostra que sua mãe morava com Charlie e seu meio-irmão mais velho Sydney na Barlow Street, Walworth.Um problema de laringe acabou com a carreira de cantora da mãe de Chaplin. A primeira crise de Hannah ocorreu em 1894 quando ela estava cantando no "The Canteen", um teatro em Aldershot, geralmente frequentado por manifestantes e soldados. Além de ser vaiada, Hannah foi gravemente ferida pelos objetos atirados pela platéia. Nos bastidores, ela chorava e argumentava com o seu gerente. Enquanto isso, com apenas cinco anos de idade, o pequeno Chaplin subiu sozinho ao palco e cantou uma música popular da época, "Jack Jones". O pai de Chaplin, Charles Chaplin Sr., era alcoólatra e tinha pouco contato com seu filho, apesar de Chaplin e seu meio-irmão morarem durante um curto período de tempo com seu pai e sua amante, Louise, na 287 Kennington Road, onde atualmente há uma placa em homenagem ao fato. Os meio-irmãos viviam ali, enquanto sua mãe, mentalmente doente, residia no Asilo Cane Hill em Coulsdon. A amante do pai de Chaplin enviou o menino para a Archbishop Temples Boys School. Seu pai morreu de cirrose no fígado quando Chaplin tinha doze anos, em 1901.[5] De acordo com o censo de 1901, Chaplin residia na 94 Ferndale Road, Lambeth. Após a mãe de Chaplin ter sido novamente admitida no Asilo Cane Hill, seu filho foi deixado em uma casa de trabalho em Lambeth, no sul de Londres, mudando-se após várias semanas para o Central London District School, uma escola para pobres em Hanwell. Os jovens irmãos Chaplin começaram um íntimo relacionamento, a fim de sobreviverem. Ainda jovens, foram atraídos para o music hall, e ambos provaram ter grande talento. A mãe de Chaplin morreu em 1928, em Hollywood, sete anos após ter sido levada para os Estados Unidos por seus filhos.
América

A primeira turnê de Chaplin aos Estados Unidos com o trupe de Fred Karno ocorreu durante 1910 até 1912. Após cinco meses de volta na Inglaterra, ele retorna aos EUA em uma segunda turnê com o trupe de Karno, chegando novamente na América em 2 de outubro de 1912. Na Companhia de Karno estava Arthur Stanley Jefferson, que posteriormente ficaria conhecido como Stan Laurel. Chaplin e Laurel dividiam um quarto em uma pensão. Stan Laurel retornou à Inglaterra, mas Chaplin manteve-se nos Estados Unidos. No final de 1913, a atuação de Chaplin foi eventualmente vista por Mack Sennett, Mabel Normand, Minta Durfee e Fatty Arbuckle. Sennett o contratou para seu estúdio, a Keystone Film Company, pois precisavam de um substituto para Ford Sterling.[6] Inicialmente, Chaplin teve grande dificuldade em se adaptar ao estilo de atuação cinematográfica da Keystone. Após a estréia de Chaplin no cinema, no filme Making a Living, Sennett sentiu que cometera um grande erro.[7] Muitos alegam que foi Normand quem o convenceu a dar a Chaplin uma segunda chance.[8]

Chaplin começou a trabalhar junto com Normand, que dirigiu e escreveu vários de seus primeiros filmes.[9] Chaplin não gostou de ser dirigido por uma mulher, e os dois discutiam frequentemente.[9] Ele acreditava que Sennett pretendia demití-lo caso houvesse um desentendimento com Normand.[9] No entanto, os filmes de Chaplin fizeram tanto sucesso que ele se tornou uma das maiores estrelas da Keystone.[9][10]

Artista pioneiro de cinema

Kid Auto Races at Venice (1914), o segundo filme de Chaplin e a primeira aparição d'O Vagabundo.Foi no estúdio Keystone onde Chaplin desenvolveu seu principal e mais conhecido personagem: O Vagabundo (conhecido como Charlot na França e no mundo francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, Carlitos no Brasil e na Argentina, e Der Vagabund na Alemanha). O Vagabundo é um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro; aparece sempre vestindo um paletó apertado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, e um chapéu-coco; carrega uma bengala de bambu; e possui um pequeno bigode-de-broxa. O público viu o personagem pela primeira vez no segundo filme de Chaplin, Kid Auto Races at Venice, lançado em 7 de fevereiro de 1914. No entanto, ele já havia criado o visual do personagem para o filme Mabel's Strange Predicament, produzido alguns dias antes, porém lançado mais tarde, em 9 de fevereiro de 1914.

Os primeiros filmes de Chaplin no estúdio Keystone usavam a fórmula padrão de Mack Sennett, que consistia em extrema comédia pastelão e gestos exagerados. A pantomima de Chaplin foi mais sutil, sendo mais adequada para comédias românticas e farsas domésticas. As piadas visuais, no entanto, seguiam exatamente o padrão de comédia da Keystone; Em seus filmes, O Vagabundo atacava agressivamente seus inimigos com chutes e tijolos. O público da época amou este novo comediante, apesar dos críticos alertarem que as travessuras do personagem beiravam a vulgaridade. Logo depois, Chaplin se ofereceu para dirigir e editar seus próprios filmes. Durante seu primeiro ano no ramo do cinema, ele fez 34 curta-metragens para Sennett, assim como o longa-metragem Tillie's Punctured Romance.

Em 1915, Chaplin assinou um contrato muito mais favorável com a Essanay Studios, e desenvolveu suas habilidades cinematográficas, adicionando novos níveis de sentimentalismo e pathos em seus filmes. A maioria dos filmes produzidos na Essanay foram mais ambiciosos, com uma duração duas vezes maior do que os curtas da Keystone. Chaplin também desenvolveu o seu próprio elenco estático, no qual estava incluído a heroína Edna Purviance e os vilões cômicos Leo White e Bud Jamison.

Visto que grupos de imigrantes chegavam constantemente na América, os filmes mudos foram capazes de atravessar todas as barreiras de linguagem, sendo compreendidos por todos os níveis da Torre de Babel americana, simplesmente devido ao fato de serem mudos. Nesse contexto, Chaplin foi emergindo e tornando-se o exponente máximo do cinema mudo.

Em 1916, a Mutual Film Corporation pagou a Chaplin US$670.000,00 para produzir uma dúzia de comédias com duração de duas bobinas. Foi dado a ele controle artístico quase total, produzindo doze filmes durante um período de dezoito meses, notando que estes estão entre os filmes de comédia mais influentes da história do cinema. Praticamente todos os filmes de Chaplin produzidos na Mutual são clássicos: Easy Street, One A.M., The Pawnshop e The Adventurer são provavelmente os mais conhecidos. Edna Purviance continuou sendo a protagonista, e Chaplin adicionou Eric Campbell, Henry Bergman e Albert Austin ao seu elenco estático; Campbell, um veterano nas óperas de Gilbert e Sullivan, interpretou vilões soberbos, e os atores coadjuvantes Bergman e Austin permaneceram no elenco de Chaplin durante décadas. Chaplin considera o período em que esteve na Mutual como o mais feliz de sua carreira. Após a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, Chaplin tornou-se um garoto-propaganda para a venda de "bônus da liberdade" junto com Mary Pickford e seu grande amigo Douglas Fairbanks.[10]


 
Controle criativo

Com o fim do contrato com a Mutual em 1917, Chaplin assinou um contrato com a First National para produzir oito filmes com duração de duas bobinas. Além de ter financiado e distribuído estes filmes, a First National deu-lhe total controle criativo sobre a produção, para que ele pudesse trabalhar em um ritmo mais relaxado e se concentrar na qualidade. Chaplin construiu seu próprio estúdio em Hollywood, o qual simbolizava a sua independência. Embora a First National esperava receber comédias de curta-metragem, Chaplin foi mais ambicioso e expandiu alguns de seus projetos em longa-metragens, como Shoulder Arms (1918), The Pilgrim (1923) e o clássico The Kid (1921).

Em 1919, Chaplin co-fundou a distribuidora United Artists junto com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, todos eles tentando escapar da crescente consolidação do poder dos distribuidores e financiadores de filmes durante o desenvolvimento de Hollywood. Este movimento, junto com o controle total da produção de seus filmes no seu próprio estúdio, assegurou a independência de Chaplin como um cineasta. Ele trabalhou na administração da UA, até o início da década de 1950. Todos os filmes de Chaplin distribuídos pela United Artists foram de longa-metragem, começando com o drama atípico A Woman of Paris (1923), em que Chaplin fez uma pequena ponta. A Woman of Paris foi seguido pelas clássicas comédias The Gold Rush (1925) e O Circo (1928).

Apesar dos filmes "falados" tornarem-se o modelo dominante logo após serem introduzidos em 1927, Chaplin resistiu a fazer um filme assim durante toda a década de 1930. Ele considerava o cinema uma arte essencialmente pantomímica.

Ele disse:

"A ação é geralmente mais entendida do que palavras. Assim como o simbolismo chinês, isto vai significar coisas diferentes de acordo com a sua conotação cênica. Ouça uma descrição de algum objeto estranho — um javali-africano, por exemplo; depois olhe para uma foto do animal e veja como você fica surpreso".[11]



Chaplin interpretando Adenoid Hynkel em O Grande Ditador (1940), numa cena em que satiriza o estilo de oratória de Adolf Hitler. Durante o avanço dos filmes sonoros, Chaplin produziu Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos antes de se converter ao cinema "falado". Esses filmes foram essencialmente mudos, porém possuiam música sincronizada e efeitos sonoros. Indiscutivelmente, Luzes da Cidade contém o mais perfeito equilíbrio entre comédia e sentimentalismo. Em relação à última cena, o crítico James Agee escreveu na revista Life em 1949 que foi a "melhor atuação já registrada em celulóide". Apesar de Tempos Modernos ser um filme mudo, ele contém falas — geralmente provenientes de objetos inanimados, como rádios ou monitores de TV. Isto foi feito para ajudar o público da década de 1930, que já estava fora do hábito de assistir a filmes mudos. Além disso, Tempos Modernos foi o primeiro filme em que a voz de Chaplin é ouvida (no final do filme, a canção "Smile", composta e cantada pelo próprio Chaplin num dueto com Paulette Goddard). No entanto, para a maioria dos espectadores, este ainda é considerado um filme mudo — e o fim de uma era.

O primeiro filme falado de Chaplin, O Grande Ditador (1940), foi um ato de rebeldia contra o ditador alemão Adolf Hitler e o nazismo, e foi lançado nos Estados Unidos um ano antes do país abandonar sua política de neutralidade e entrar na Segunda Guerra Mundial. Chaplin interpretou o papel de Adenoid Hynkel, ditador da "Tomânia", claramente baseado em Hitler e, atuando em um papel duplo, também interpretou um barbeiro judeu perseguido frequentemente por nazistas, o qual é fisicamente semelhante a'O Vagabundo. O filme também contou com a participação do comediante Jack Oakie no papel de Benzino Napaloni, ditador da "Bactéria", uma sátira do ditador italiano Benito Mussolini e do fascismo; e de Paulette Goddard, no papel de uma mulher no gueto. O filme foi visto como um ato de coragem no ambiente político da época, tanto pela sua ridicularização do nazismo quanto pela representação de personagens judeus ostensivos e de sua perseguição. Adicionalmente, O Grande Ditador foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Chaplin), Melhor Ator Coadjuvante (Oakie), Melhor Trilha Sonora (Meredith Willson) e Melhor Roteiro Original (Chaplin).

Técnicas de filmagem

Chaplin nunca explicou detalhadamente seus métodos de filmagem, alegando que tal coisa seria o mesmo que um mágico revelar seus truques. Na verdade, antes dele produzir filmes falados, começando com O Grande Ditador em 1940, Chaplin nunca começou a filmar a partir de um roteiro completo. O método que ele desenvolveu, visto que seu contrato com o Essanay Studios deu-lhe a liberdade de roteirizar e dirigir seus filmes, foi a partir de uma vaga premissa - por exemplo, "Carlitos entra em um spa" ou "Carlitos trabalha em uma loja de penhores". Chaplin tinha cenários já construídos e trabalhava com seu elenco estático para improvisar piadas em torno das premissas, quase sempre pondo as idéias em prática na hora das filmagens. Enquanto algumas idéias eram aceitas e outras rejeitadas, uma estrutura narrativa começava a emergir, muitas vezes exigindo que Chaplin refilmasse uma cena já concluída que poderia ir contra o enredo.[12]

Esta é uma razão pela qual Chaplin levou muito mais tempo para concluir seus filmes do que seus rivais. Além disso, Chaplin era um diretor extremamente exigente, mostrando a seus atores exatamente como eles deveriam atuar e filmando dezenas de tomadas até conseguir a cena que ele queria. O animador Chuck Jones, que morava perto do estúdio de Chaplin quando era garoto, lembra de seu pai dizendo que viu Chaplin filmar uma cena mais de cem vezes até ficar satisfeito.[13] Esta combinação de improvisação do enredo e perfeccionismo—que resultou em vários dias de esforço e milhares de metros de filme desperdiçados, tudo a um enorme custo—quase sempre revelou-se muito oneroso para Chaplin, que muitas vezes descarregava sua raiva e frustração em seus atores e sua equipe, mantendo-os esperando parados durante horas ou, em casos extremos, cancelando completamente a produção.[12] As técnicas de Chaplin foram descobertas somente após sua morte, quando as raras tomadas de pré-produção e cenas cortadas de seus filmes foram cuidadosamente analisadas no documentário britânico Unknown Chaplin, de 1983.

Era McCarthy

O posicionamento político de Chaplin sempre foi esquerdista. Durante a era de macarthismo, Chaplin foi acusado de "atividades anti-americanas" como um suposto comunista, e J. Edgar Hoover, que instruíra o FBI a manter extensos arquivos secretos sobre ele, tentou acabar com sua residência nos EUA. A pressão do FBI sobre Chaplin cresceu após sua campanha para uma segunda frente europeia na Segunda Guerra Mundial em 1942, e alcançou um nível crítico no final da década de 1940, quando ele lançou o filme de humor negro Monsieur Verdoux (1947), considerado uma crítica ao capitalismo. O filme foi mal recebido e boicotado em várias cidades dos EUA, obtendo, no entanto, um êxito maior na Europa, especialmente na França. Naquela época, o Congresso ameaçou chamá-lo para um interrogatório público. Isso nunca foi feito, provavelmente devido à possibilidade de Chaplin satirizar os investigadores.[14] Por seu posicionamento político, Chaplin foi incluído na Lista Negra de Hollywood.


Em 1952, Chaplin deixou os EUA para o que orginalmente pretendia ser uma breve viagem ao Reino Unido para a estréia do filme Luzes da Ribalta em Londres. Hoover soube da viagem e negociou com o Serviço de Imigração para revogar o visto de Chaplin, exilando-o do país. Chaplin decidiu não voltar a entrar nos Estados Unidos, escrevendo:

"(...) Desde o fim da última guerra mundial, eu tenho sido alvo de mentiras e propagandas por poderosos grupos reacionários que, por sua influência e com a ajuda da imprensa marrom, criaram um ambiente doentio no qual indivíduos de mente liberal possam ser apontados e perseguidos. Nestas condições, acho que é praticamente impossível continuar meu trabalho do ramo do cinema e, portanto, me desfiz de minha residência nos Estados Unidos".[15]

Chaplin decidiu então permanecer na Europa, escolhendo morar em Vevey, Suíça.



Últimos trabalhos

Os últimos dois filmes de Chaplin foram produzidos em Londres: A King in New York (1957) no qual ele atuou, escreveu, dirigiu e produziu; e A Countess from Hong Kong (1967), que ele dirigiu, produziu e escreveu. O último filme foi estrelado por Sophia Loren e Marlon Brando, e Chaplin fez uma pequena ponta no papel de mordomo, sendo esta a sua última aparição nas telas. Ele também compôs a trilha sonora de ambos os filmes, assim como a canção-tema de A Countess from Hong Kong, "This is My Song", cantada por Petula Clark, chegando a ser a canção mais popular do Reino Unido na época do lançamento do filme. Chaplin também produziu The Chaplin Revue, uma compilação de três filmes feitos durante seu período de parceria com a First National: A Dog's Life (1918), Shoulder Arms (1918) e The Pilgrim (1923), para os quais ele compôs a trilha sonora e gravou uma narração introdutória. Adicionalmente, Chaplin escreveu sua autobiografia entre 1959 e 1963, intitulada Minha Vida, sendo publicada em 1964.

Chaplin planejara um filme intitulado The Freak, que seria estrelado por sua filha, Victoria, no papel de um anjo. Segundo Chaplin, ele havia concluído o roteiro em 1969 e foram feitos alguns ensaios de pré- produção, mas foram interrompidos quando Victoria se casou. Além disso, sua saúde declinou constantemente na década de 1970, prejudicando todas as esperanças do filme ser produzido.

De 1969 até 1976, juntamente com James Eric, Chaplin compôs músicas originais para seus filmes mudos e depois os relançou. Compôs a música de seus outros curta-metragens da First National: The Idle Class em 1971, Pay Day em 1972, A Day's Pleasure em 1973, Sunnyside em 1974, e dos longa-metragens The Circus em 1969 e The Kid em 1971. O último trabalho de Chaplin foi a trilha sonora para o filme A Woman of Paris (1923), concluída em 1976, época em que Chaplin estava extremamente frágil, encontrando até mesmo dificuldades de comunicação.

Oscars

Chaplin e Jackie Coogan em The Kid (1921).Prêmios competitivosEm 1972, Chaplin ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme Luzes da Ribalta, de 1952, que também foi um grande sucesso. O filme foi co-estrelado por Claire Bloom e também conta com a participação de Buster Keaton, sendo esta a única vez em que os dois grandes comediantes apareceram juntos. Devido as perseguições políticas contra Chaplin, o filme não chegou a ser exibido durante uma única semana em Los Angeles quando foi originalmente lançado. Este critério de nomeação era desconsiderado até 1972.

Chaplin também foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator em O Grande Ditador em 1940, e novamente por Melhor Roteiro Original em Monsieur Verdoux em 1948. Durante seus anos ativos como cineasta, Chaplin expressava desprezo pelos Oscars; seu filho descreve que ele provocou a ira da Academia ao deixar seu Oscar de 1929 ao lado da porta, para não deixá-la bater. Isto talvez explique porque Luzes da Cidade e Tempos Modernos, considerados por várias enquetes como dois dos melhores filmes de todos os tempos,[16][17] nunca foram indicados a um único Oscar.

Prêmios honorários

Na 1ª Entrega dos Prêmios da Academia em 16 de maio de 1929, os procedimentos de votação da auditoria ainda não tinham sido postos em prática, e as categorias eram ainda muito fluidas. Chaplin havia sido originalmente indicado ao Oscar de Melhor Ator e de Melhor Diretor de um Filme de Comédia pelo seu filme O Circo, mas seu nome foi retirado quando a Academia decidiu dar-lhe um prêmio especial "pela versatilidade e genialidade em atuar, escrever, dirigir e produzir O Circo". O outro filme que recebeu um prêmio especial naquele ano foi The Jazz Singer.

O segundo Oscar Honorário de Chaplin veio quarenta e quatro anos mais tarde, em 1972, e foi pelo "efeito incalculável que ele teve em tornar os filmes a forma de arte deste século". Ele saiu de seu exílio para receber esse prêmio, e recebeu a mais longa ovação em pé da história do Oscar, com uma duração total de dez minutos. Chaplin também aproveitou seu breve e triunfante retorno aos Estados Unidos para discutir como seus filmes seriam relançados e comercializados.

Relacionamentos amorosos e casamentos

Em 23 de outubro de 1918, Chaplin casou-se aos 28 anos de idade com Mildred Harris, que tinha então 16 anos. Tiveram um filho nascido deformado, que morreu três dias após o nascimento. Divorciaram-se em 1920 por conta de tudo que sofreram pelo filho.
Mais tarde, Chaplin namorou por anos Peggy Hopkins Joyce. O relacionamento que teve com Joyce inspirou Chaplin a fazer o filme Uma mulher de Paris.[18]
Aos 35 e sozinho, apaixonou-se por Lita Grey, que tinha apenas 16 anos, durante as preparações de The Gold Rush. Mesmo ela sendo muito jovem, casaram-se em 26 de Novembro de 1924, no México, quando ela ficou grávida. Tiveram dois filhos, Charles Chaplin Júnior e Sydney. Divorciaram-se em 1926, por causa de brigas. Nessa época a fortuna de Chaplin chegou a incríveis US$ 825 000.
Passado os anos, Chaplin casou-se secretamente aos 47 anos com Paulette Goddard, de 25 anos, em Junho de 1936. Depois de alguns anos felizes, este casamento também terminou em divórcio, em 1942, devido a problemas conjugais.
Após a separação, Chaplin namorou Joan Barry, atriz de 22 anos. Esta relação durou anos e terminou quando Barry começou a perturbá-lo, pois ele não a quis mais e ela constantemente perseguia-o com ciúmes. Em Maio de 1943, ela informou a Chaplin que estava grávida e exigiu que ele assumisse a paternidade. Ele tinha certeza que não era o pai, pois ela teve outros homens durante a separação. Então, exames comprovaram que Chaplin não era o pai, porém na época, os exames não eram muito válidos e a lei exigia que, por ele ter sido o último parceiro com quem ela apareceu em público, a lei entendia que mesmo ele não sendo o pai biológico, ele teria que assumir a criança, mesmo sem ser no cartório, e ele foi obrigado a custear as despesas da criança e ele se viu forçado a pagar US$ 75 por semana até que o filho de sua ex fizesse 21 anos. [19]
Tempos depois, conheceu Oona O'Neill, filha do dramaturgo Eugene O'Neill. Se apaixonaram rapidamente e casaram-se em 16 de Junho de 1943. Ele tinha 54 anos enquanto ela somente 17, mas a enorme diferença de idade não diferenciou em nada. Este casamento foi longo e feliz. Oona, mesmo sendo ainda muito jovem, deu oito filhos a Charlie, o que o deixou em completa felicidade. O amor era tão grande que Charlie ficou com ela até sua morte, e Oona cuidou dele no fim de sua vida.

Filhos

Nome Nascimento Morte Mãe
Norman Spencer Chaplin 7 de julho de 1919 10 de julho de 1919 Mildred Harris
Charles Spencer Chaplin Jr. 5 de maio de 1925 20 de março de 1968 Lita Grey
Sydney Earle Chaplin 31 de março de 1926 3 de março de 2009
Geraldine Leigh Chaplin 1° de agosto de 1944 Oona O'Neill
Michael John Chaplin 7 de março de 1946
Josephine Hannah Chaplin 28 de março de 1949
Victoria Chaplin 19 de maio de 1951
Eugene Anthony Chaplin 23 de agosto de 1953
Jane Cecil Chaplin 23 de maio de 1957
Annette Emily Chaplin 3 de dezembro de 1959
Christopher James Chaplin 6 de julho de 1962


Cavalaria

Chaplin foi incluído na Lista de Honras do Ano Novo em 1975.[20] No dia 4 de março, com oitenta e cinco anos de idade, foi nomeado Cavaleiro Comandante do Império Britânico (KBE) pela Rainha Elizabeth II. A honra foi proposta originalmente em 1931, mas não foi realizada devido à controvérsia de Chaplin não ter servido na Primeira Guerra Mundial. O título de cavaleiro foi proposto novamente em 1956, mas foi vetado pelo então governo conservador com receio de prejudicar sua relação com os Estados Unidos no auge da Guerra Fria e na invasão de Suez planejada para aquele ano.

Morte

Túmulos de Chaplin (à direita) e Oona O'Neill no Cemitério de Coursier-Sur-Vevey, em Vaud, Suíça.A saúde de Chaplin começou a declinar lentamente no final da década de 1960, após a conclusão do filme A Countess from Hong Kong, e mais rapidamente após receber seu Oscar Honorário em 1972. Por volta de 1977, já tinha dificuldade para falar, e começou a usar uma cadeira de rodas. Chaplin morreu dormindo aos 88 anos de idade em consequência de um derrame cerebral, no Dia de Natal de 1977 em Corsier-sur-Vevey, Vaud, Suíça,[21] e foi enterrado no cemitério comunal.

No dia 1 de março de 1978, seu cadáver foi roubado da sepultura por um pequeno grupo de mecânicos suíços, na tentativa de extorquir dinheiro de sua família.[22] O plano falhou, os ladrões foram capturados e condenados, o corpo foi recuperado onze semanas depois, perto do Lago Léman, e novamente enterrado em Corsier-sur-Vevey, mas desta vez a família mandou fazer um tampão de concreto de 6 pés (1,80 metro) de espessura protegendo o caixão do cineasta, para evitar novos problemas. No mesmo cemitério, há uma estátua de Chaplin em sua homenagem.

Em 1991, Oona O'Neill, sua quarta e última esposa, faleceu e foi sepultada ao lado do cineasta.

Outras controvérsias

Durante a Primeira Guerra Mundial, Chaplin foi criticado pela imprensa britânica por não ter se alistado ao Exército. Na verdade, ele se apresentou ao serviço militar, mas foi recusado por estar abaixo da altura e peso exigidos para alistamento. Chaplin levantou fundos substanciais durante a época de venda de bônus de guerra, não só discursando publicamente em comícios, mas também ao produzir, com seu próprio orçamento, The Bond, um filme-propaganda de comédia usado em 1918. A persistente controvérsia provavelmente impediu Chaplin de receber o título de cavaleiro em 1930.

Durante toda a carreira de Chaplin, alguns níveis de controvérsia existiram a respeito de sua suposta ascendência judaica. Propagandas nazistas das décadas de 1930 e 40 o retratavam como judeu (chamado-o de "Karl Tonstein[23]" ou "Israel Thonstein[24]"), com base em artigos publicados pela imprensa dos EUA,[25] e as investigações do FBI no final da década de 1940 também se concentraram nas origens étnicas de Chaplin. Não há documentos que comprovam a ascendência judaica de Chaplin. Durante sua vida pública, ele recusou-se ferozmente em contestar ou negar as afirmações de que ele era judeu, dizendo que sempre iria "jogar diretamente nas mãos dos anti-semitas."[26] Embora tenha sido batizado na Igreja da Inglaterra, Chaplin creditava-se como sendo agnóstico durante a maior parte de sua vida.[27]

O fato de Chaplin sentir atração por mulheres mais jovens continua a ser outra fonte de interesse para alguns. Seus biógrafos atribuem isto a uma paixão adolescente com Hetty Kelly, que conhecera no Reino Unido durante suas apresentações no music hall, e que possivelmente definiu o seu ideal feminino. Chaplin gostava de descobrir jovens atrizes e orientá-las de perto; com exceção de Mildred Harris, todos os seus casamentos e a maioria dos seus principais relacionamentos amorosos começaram desta maneira.



 
Comparação com outros comediantes da época

Desde a década de 1960, os filmes de Chaplin têm sido comparados com os de Buster Keaton e Harold Lloyd, os outros dois grandes comediantes do cinema mudo. Os três tinham estilos diferentes: Chaplin tinha uma forte afinidade com sentimentalismo e pathos; Lloyd era conhecido pelo seu "personagem comum" e seu otimismo típico da década de 1920; e Keaton sempre demonstrava estoicismo com um tom cínico. Historicamente, Chaplin foi pioneiro na comédia cinematográfica, e ambos os jovens Keaton e Lloyd inspiraram-se em seu trabalho. Na verdade, os primeiros personagens de Lloyd, "Willie Work" e "Lonesome Luke", eram óbvias imitações de Chaplin, algo que Lloyd reconhecia e se esforçou para afastar-se. O período de experimentação de Chaplin terminou após sua estadia na Mutual, pouco antes de Keaton ingressar no ramo do cinema.

Comercialmente, Chaplin produziu alguns dos filmes de maior bilheteria da era do cinema mudo; The Gold Rush é o quinto com US$4,25 milhões, e O Circo é o sétimo com US$3,8 milhões. No entanto, os filmes de Chaplin juntos arrecadaram aproximadamente US$10,5 milhões, enquanto Harold Lloyd arrecadou US$15,7 milhões, visto que Lloyd foi muito mais prolífico, lançando doze longa-metragens na década de 1920, enquanto Chaplin lançou apenas três. Os filmes de Buster Keaton não foram tão bem sucedidos comercialmente como os de Chaplin ou Lloyd, mesmo no auge de sua popularidade, e só começou a receber elogios da crítica no final das décadas de 1950 e 1960.

Além de uma saudável rivalidade profissional, Chaplin e Keaton pensavam muito um no outro. Keaton afirmou em sua autobiografia que Chaplin foi o maior comediante que já viveu, e o maior diretor de filmes de comédia. Chaplin também admirava Keaton, tanto que o recebeu de braços abertos na United Artists em 1925, aconselhou-o contra sua mudança desastrosa para a Metro-Goldwyn-Mayer em 1928 e, em seu último filme estadunidense, Limelight, escreveu uma parte especialmente para Keaton como seu primeiro parceiro de comédia desde 1915.

Legado



 
Estátua de bronze em Waterville, Condado de Kerry.O Vagabundo é provavelmente o personagem mais imitado em todos os níveis de entretenimento. Há rumores de que o próprio Chaplin participou uma vez de um concurso de imitadores de Charlie Chaplin, e acabou ficando em 3º lugar.

De 1917 a 1918, o ator de cinema mudo Billy West fez mais de 20 filmes imitando meticulosamente O Vagabundo, com maquiagem e figurino.[28]

No filme indiano Punnagai Mannan, Kamal Haasan inspirou-se em Chaplin para construir o personagem "Chaplin Chellappa".[29]

Em 1985, Chaplin foi homenageado com sua imagem em um selo postal do Reino Unido, e em 1994 ele apareceu em um selo dos Estados Unidos, desenhado por caricaturista Al Hirschfeld.

Na década de 1980, a IBM produziu uma série de comerciais com um imitador de Chaplin para divulgação de seus computadores.

John Woo dirigiu uma paródia do filme The Kid, intitulado Hua ji shi dai (1981), também conhecido como Laughing Times.

O asteróide 3623 Chaplin, descoberto pela astrônoma soviética Lyudmila Georgievna Karachkina em 1981, foi batizado em homenagem a Chaplin.[30]

Em 1992, foi feito um filme sobre a vida de Charlie Chaplin, intitulado Chaplin, dirigido por Richard Attenborough e estrelado por Robert Downey Jr. e Geraldine Chaplin, a filha de Chaplin na vida real, interpretando sua própria avó. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Ator (Downey Jr.), Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora.

Em 2001, o comediante britânico Eddie Izzard interpretou Chaplin no filme The Cat's Meow, de Peter Bogdanovich, que especula sobre o caso ainda não resolvido da morte do produtor cinematográfico Thomas Ince durante uma festa em um iate bancada por William Randolph Hearst, na qual Chaplin era um dos convidados.


Filmografia
Ver artigo principal: Filmografia de Charles Chaplin

Referências

1.↑ a b "Charlie Chaplin". Nova Enciclopédia Larousse 6. (1997). Ed. Leonel Oliveira. Lisboa: Círculo de Leitores. 1647-1648. ISBN 972-42-1476-1.

2.↑ Trivia for A Woman of Paris: A Drama of Fate (1923). IMDB. Página visitada em 4-1-2010. (em inglês)

3.↑ Weissman, Stephen. "BOOKS: Chaplin lifted weary world's spirits", The Washignton Times, 21 de Dezembro de 2008. Página visitada em 4-1-2010. (em inglês)

4.↑ Charlie Chaplin. Maputo.co.mz. TV Cabo Moçambique. Página visitada em 4-1-2010.

5.↑ David Robinson, Chaplin: His Life and Art, Collins; 1985, p. 36

6.↑ Chaplin, Charles. My Autobiography. [S.l.]: Penguin, 1964. 137-139 p.

7.↑ Chaplin, Charles. My Autobiography. [S.l.]: Penguin, 1964. 149 p.

8.↑ Fussell, Betty. Mabel: Hollywood's First I Don't Care Girl. [S.l.]: Limelight Edition, 1982. 70-71 p.

9.↑ a b c d Chaplin, Charles. My Autobiography. [S.l.]: Penguin, 1964. 149-150 p.

10.↑ a b American Experience
Mary Pickford
People & Events
PBS

11.↑ "Cinema: The New Pictures". Time.com. Acessado em 14 de dezembro de 2009.

12.↑ a b Unknown Chaplin

13.↑ Jones, Chuck. Chuck Amuck: The Life and Times of an Animated Cartoonist. Avon Books, ISBN 0-380-71214-8.

14.↑ Whitfield, Stephen J., The Culture of the Cold War, page 187-192

15.↑ "Names make news. Last week these names made this news", Time, 1953-04-27.

16.↑ Rosenbaum, Jonathan. "List-o-Mania: Or, How I Stopped Worrying and Learned to Love American Movies". Chicago Reader. Acessado em 7 de novembro de 2009.

17.↑ "The Complete List - ALL-TIME 100 Movies - TIME Magazine". Time.com. Acessado em 7 de novembro de 2009.

18.↑ CAWTHORNE, Nigel. A vida sexual dos ídolos de Hollywood. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, p. 16-17.

19.↑ Chaplin: A Life. Página visitada em 2011-04-15.

20.↑ London Gazette: (Supplement) n° 46444, p. 8 (31 de dezembro de 1974). Acessado em 2 de novembro de 2009.

21.↑ "Charlie Chaplin Dead at 88; Made the Film an Art Form". New York Times. Acessado em 12 de novembro de 2007. "Charlie Chaplin, o pungente vagabundinho com a bengala e o andar cômico que quase sozinho transformou o inovador meio de entretenimento dos filmes em arte, morreu pacificamente ontem em sua casa na Suíça. Ele tinha 88 anos."

22.↑ "Chaplin Body Stolen From Swiss Grave. Vehicle Apparently Used. British Envoy 'Appalled'". New York Times. Acessado em 12 de novembro de 2007. "O corpo de Charlie Chaplin foi roubado ontem à noite ou hoje de manhã do túmulo onde foi enterrado há dois meses em um pequeno cemitério no povoado suíço de Corsier-sur-Vevey, com vista para o extremo oriente do Lago Léman."

23.↑ Chaplin como Karl Tonstein

24.↑ Chaplin como judeu Israel

25.↑ Filmography.co.il

26.↑ Como o Charlie Chaplin desafiou a lista nazi-mortífera

27.↑ The Religious Affiliation of Charlie Chaplin. Adherents.com (2005).

28.↑ Louvish, Simon. Stan and Ollie, the Roots of Comedy. [S.l.]: St. Martin's Griffin, 2005.

29.↑ Timeless Classic Punnagai Mannan: Movie Review - Sri Lanka. Lankanewspapers.com. Página visitada em 2009-12-09.

30.↑ Schmadel, Lutz D.. Dictionary of Minor Planet Names. 5th ed. New York: Springer Verlag, 2003.

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