sábado, 18 de outubro de 2008

O Zelador da Fonte


Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade. O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca. Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos. Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina. Rodas d´água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite. As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária. Os anos foram passando. Certo dia, o conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente. Um dos membros do conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte. De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade. E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma. Seu discurso a todos convenceu. O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador. Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas. Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes. Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura. Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens. O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d´água começaram a girar lentamente, depois pararam. Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado. O conselho municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido. Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte. Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d´água voltaram a funcionar. Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso. Assim como o conselho municipal da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores. Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas. Que os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos. Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa. Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los. Mas, sem seu trabalho o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável. O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável. Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá. Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para sermos felizes!

sábado, 11 de outubro de 2008

A Arte de Gostar da Mulher!!





Ainda nos meus tempos de graduação em jornalismo na Uerj, fui assistir a uma palestra do fotógrafo André Arruda, que foi do JB, Globo e trabalhava, entre outras coisas, com moda. Em determinado momento da palestra ele relatava a sua experiência em fotografar nu artístico e soltou a seguinte frase: 'para fotografar nu feminino é preciso gostar de mulher'. Eu sorri, porque na minha cabeça aquilo parecia meio óbvio, mas antes que qualquer um fizesse algum comentário ele completou: - Não se trata de gostar de mulher no sentido sexual, ter tesão por mulher nua, essas coisas.
Isso pode ter também. Mas se trata de gostar de mulher em um sentido mais profundo. Gostar do universo feminino. Observar que cada calcinha é única, tem uma rendinha diferente e ficar entretido com isso - afirmou. O fato é que eu concordo com o conceito do Arruda sobre gostar de mulher. Não basta ser heterossexual, o machão latino. Para gostar de verdade de uma mulher são necessários outros requisitos que são raros. Por isso a mulherada anda tão INSATISFEITA. Sensibilidade é fundamental. Paciência também. O homem que não tem paciência para escutar a necessidade que a mulher tem de falar, ou sensibilidade para cativá-la a cada dia não gosta de mulher. Pode gostar de sexo com mulher. O que é bem diferente. Gostar de mulher é algo além, é penetrar em seu universo, se deliciar com o modo com que ela conta todo o seu dia, minuto por minuto, quando chega do trabalho. Ficar admirando seu corpo, ser um verdadeiro devoto do corpo feminino, as curvas, o cabelo, seios. Mas também cultuar a sagacidade feminina, sua intuição, admirar seu sorriso que é muito mais espontâneo que o nosso. Gostar de mulher é querer fazer a mulher feliz. Levar flores no trabalho sem nenhum motivo a não ser o de ver seu sorriso. É escutar pacientemente todas as queixas da chefa rabugenta, que provavelmente é assim porque seu homem não gosta de mulher. O homem que gosta de mulher não está preocupado em quantas mulheres ele comeu durante a vida, mas sim se ele está realizando sexualmente a sua esposa, noiva ou namorada, fazendo-as se sentirem desejadas, amadas, únicas, deusas, na cama e na vida. O homem que gosta de mulher não come mulher. Ele penetra não só no corpo mas na alma, respirando, sentindo, amando cada pedacinho do corpo, e, é claro, da personalidade. 'Para viver um grande amor é necessário ser de sua dama por inteiro', afirmou Vinícius de Moraes no poema; Para viver um grande amor. Para amar verdadeiramente uma mulher o homem deve ser totalmente fiel, traí-la, jamais. Amá-la até a raiz dos cabelos. Admirá-la, se deixar apaixonar todo dia pelo seu sorriso ao despertar e principalmente conquistá-la, seduzi-la, como se fosse a primeira vez. O homem que não tem paciência, nem tesão, nem competência para lhe seduzir várias e várias vezes, esse, minha amiga, não se iluda, não gosta nem um pouco de mulher. Conquistar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante que tem que ser tentado várias vezes. Só que alguns homens, os que não gostam de mulher, querem conquistar várias mulheres. Os que gostam de mulher é que conquistam várias vezes a mesma mulher. E isso nos gratifica, nos fortalece e nos dá uma nova dimensão. A dimensão da poesia, do amor e em última instância do impenetrável universo feminino. Mas atenção amigos que gostam de mulher: gostar de mulher e penetrar em seu universo não é torná-las cativas e sim libertá-las, admirá-las em sua insuperável liberdade. Uma das músicas com que mais me identifico é uma em inglês - por incrível que pareça, para um nacionalista e anti-imperialista convicto. É a Have you really loved a woman. É do cantor Bryan Adams. A música foi tema do filme Don Juan de Marco, e em uma tradução livre quer dizer 'você já amou realmente uma mulher?'. Em toda a música o cantor fala sobre a necessidade de se conhecer os pensamentos femininos, sonhos, dá-la apoio, para amar realmente uma mulher. Essa música é perfeita. Como se vê, gostar de comer mulher é fácil. Agora gostar de mulher é dificílimo. Precisa ser macho de verdade para isso.

Luiz Fernando Veríssimo.

AGORA SÓ ME RESTA VOCÊ!...


Meus olhos percorrem a terra e me deparo com a dor da guerra,da miséria, do abandono, do ódio, da inveja, da vingança,da cobiça, do preconceito...Corre-me as lágrimas que roçam a face como se fosse um carinho vindo de um ser superior que faz com que meu coração não se entregue a esta sensação de derrota,ao ver meu próximo matando-se, uns aos outros,por disputa de territórios quando nem os seus próprios ainda conhecem e já desejam o de seu vizinho.A guerra suja e hipócrita lançada em nome de Deus,(como escudo protetor),como se tiros, armas, fossem o instrumento de amor deixado como exemplo pelo filho do rei do universo. Deparo-me ao mesmo tempo com a misériaenquanto que dirigentes de nações gastam fortunas em armas,vejo então, um irmão evitar de falar com outro devido a sua cor, a sua escolha sexual, a sua raça...e vejo aindaoutros desejarem simplesmente o que é de seu irmãocomo se não fosse direito daqueles outros terem. Ah quanta hipocrisia...E meus olhos já tomados por todo este sentimento de desilusão,Partem então em busca de nossos anciões eos encontra, na maior parte das vezes, sendo evitados por aqueles que lhe sucederam,e busco então à família e vejo a mesma sendo tomada pela falta de diálogo,onde o pai nem sabe o que ocorre com seu filho, e a esposa com o seu marido. Assim elevo meus olhos para o infinitoos pensamentos me fazem ver mais adiantecom o canto dos pássaros,com o azul dos oceanos,com o brilho do sol,com a magia da lua,com o verde das árvores,que devo ter ainda esperança e dela faço minha única companheira,busco a pena, e começo a jogar palavras sobre as linhas,minha arma será esta. Minha mensagem não poderá ser outra sem ser de esperança, afinal o criador de tudo, acredito, ainda nos dará uma chance para voltarmos a razão, façamos da esperança, irmã gêmea de nossas almas que haverá de se encontrar em nosso peito com a semente que todos temos por obrigação carregar a Fé.Assim unamos o amor, a fé, e a esperança se fortalecerá!

Paulo Nunes JuniorSP-Brasil