terça-feira, 22 de dezembro de 2015

"De que adianta ganhar o mundo e perder-se a si próprio?"

Sempre que me fecho em mim mesmo, fecho a Porta da Felicidade.



Quem de nós nunca passou pela situação, ou viu alguém próximo passar, de depois de muito labutar para conquistar algo, justo na hora de chegar lá, de comemorar, algum pequeno ato coloca tudo a perder? Quantas vezes, na hora de colher a alegria, um pequeno detalhe nos causa um tumulto mental e nos fechamos em nós mesmos e colocamos tudo a perder, como nos estabelecendo uma autopunição?

 

Se a criatura não tomar cuidado, ter e parecer podem tomar o lugar do ser. Ninguém necessita trocar de carro constantemente, ter incontáveis sapatos, sair todo final de semana. É possível reduzir a própria agitação, conter o consumismo e redescobrir a simplicidade. O simples é aquele que não simula ser o que não é, que não dá demasiada importância a sua imagem, ao que os outros dizem ou pensam dele. A pessoa simples não calcula os resultados de cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções. Ela experimenta a alegria de ser, apenas. Não se trata de levar uma vida inconsciente, mas de reencontrar a própria infância. Mas uma infância como virtude, não como estágio da vida.
Uma infância que não se angustia com as dúvidas de quem ainda tem tudo por fazer e conhecer. A simplicidade não ignora, apenas aprendeu a valorizar o essencial. Os pequenos prazeres da vida, uma conversa interessante, olhar as estrelas, andar de mãos dadas, tomar sorvete… Tudo isso compõe a simplicidade do existir. Não é necessário ter muito dinheiro ou ser importante para ser feliz. Mas é difícil ter felicidade sem tempo para fazer o que se gosta.
Ao optar pela simplicidade, talvez redescubra a alegria de viver.

Por um impulso, colocamos a perder o que seria o momento de felicidade tão esperado, nosso e dos que nos cercam, e no lugar vem a frustração, o tardio arrependimento, a amargura, e, quiçá, gerando alguma doença. Sabendo que isso pode ocorrer com qualquer um de nós, sem entrar em meandros do porquê, podemos nos preparar para prevenir e não estragarmos, nós mesmos o nosso momento de alegria, evitando nos fecharmos em nós mesmos e estragar o direito de saborear a felicidade por que lutamos.
Senão para si próprio, mas para os demais que estão próximos e não tem nada a ver com nossos traumas, traumas estes que nos impedem de subirmos degrau a degrau um caminho de auto-realização, nos esforcemos para prevenir estes rompantes. Deus não nos quer magoados e tristes. Assim, esteja vigilante, e, se perceber que algo está fugindo do controle, para por um momento, respire, reze. Esteja vigilante para não permitir que você mesmo estrague seus melhores momentos.
Talvez isto ocorra porque quase nos esgotamos na busca da perfeição, e algo não sai perfeito, ou vem alguma crítica quando esperávamos um elogio, ou simplesmente é a nossa bateria física que se esgota, volte um passo atrás na humildade, pare para agradecer o que já conquistou até ali, e repita para si mesmo: Deus me quer sorrindo, aconteça o que acontecer, sigo em frente, lembrando que “se me fecho em mim mesmo, fecho a porta da felicidade”.

Muitas pessoas reclamam da correria de suas vidas. Acham que têm compromissos demais e culpam a complexidade do mundo moderno. Entretanto, inúmeras delas multiplicam suas tarefas sem real necessidade. Viver com simplicidade é uma opção que se faz. Muitas coisas consideradas imprescindíveis à vida, na realidade, são supérfluas. A rigor, enquanto buscam coisas, as criaturas se esquecem da vida em si. Angustiadas por múltiplos compromissos, não refletem sobre sua realidade íntima. Olvidam do que gostam, não pensam no que lhes traz paz, enquanto sufocam em buscas vãs. "De que adianta ganhar o mundo e perder-se a si próprio?"
Não há nada de errado com o dinheiro ou o sucesso. É bom e importante trabalhar, estudar e aperfeiçoar-se. Progredir sempre é uma necessidade humana.
Mas isso não implica viver angustiado, enquanto se tenta dar cabo de infinitas atividades. Se o preço do sucesso for ausência de paz, talvez ele não valha a pena. As coisas sempre ficam para trás, mais cedo ou mais tarde. Mas há tesouros imateriais que jamais se esgotam.
As amizades genuínas, um amor cultivado, a serenidade e a paz de espírito são alguns deles. Preste atenção em como você gasta seu tempo. Analise as coisas que valoriza e veja se muitas delas não são apenas um peso desnecessário em sua existência. Experimente desapegar-se dos excessos.

Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso. O sucesso é só conseqüência.” (Albert Einsten)

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