CHAMPANHE
Por Cynthia Andrade
O primeiro champanhe nos fez desrespeitar regras.
Talvez por isso mesmo o sabor e a emoção tenham sido tão intensos!
As bolhas eclodiram em sua boca e morderam-me o corpo.
Era um calor vibrante aquele que sentimos, como alfinetadas e agulhadas dentro de nós.
Seus olhos assustados me indagavam a sensação experimentada,
enquanto os meus tentavam, suavemente, não demonstrar o sentimento
de arrepio tão intenso.
Depois desse champanhe,
da taça não partilhada,
mas da emoção compartilhada,
tantos outros vieram.
Nenhum com sabor tão especial como aquele, o primeiro,
que experimentamos naquela noite, tempo atrás.
Como testemunhas?
Apenas as estrelas que teimaram em espiar pelas venezianas
da janela antiga e aquela música
que embalou o gosto compartilhado
do primeiro e último champanhe
da vida de nós dois.
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